Eu Posso ser um Escritor de Ficção? - Yan Klovinsk

Eu Posso ser um Escritor de Ficção?

caneta tinteiro

Antigamente, para ser escritor de ficção bastava apenas ter disposição, pena, papel e uma vela acessa sobre a mesa. Hoje temos mais recursos, apesar da visão não ser tão romântica como a de outrora, porque o tempo é curto e, as distrações e problemas se multiplicam. A teoria de que 

escritor nasce pronto elimina três qualidades humanas importantes: o sonho, o aprendizado e o livre arbítrio, ou seja, o querer, o buscar instrução e o decidir querer. Parece lógico e sensato que o escritor se faz e se constrói ao longo da sua vida, porque sua paixão pela leitura (gosto por histórias) e escrita conduziram-no a essa escolha.

Desse modo qualquer um que lê e escreve com frequência pode ser escritor. Entretanto, adverte-se que entre ser escritor e alcançar a glória como tal, existe um abismo. Infelizmente, talento e criatividade não podem ser ensinados, porque estes são derivativos – consequências do empenho e persistência do aprendiz a escritor em sempre querer melhorar a qualidade técnica do seu texto. Em suma, a criatividade e o talento são amplificados durante a experiência de aprendizado.

O aspirante a escritor pode ter desenvolvido esse desejo quando jovem, o que é a regra, ou pode ter desenvolvido na meia idade, por exemplo. Isso não importa! O fato é que o aspirante não pode aprender tudo sozinho, seja por milagre ou por osmose. Como em qualquer outra profissão há necessidade de se promover a devida interação entre o que deve ser ensinado e o que deve ser aprendido pelo aspirante no exercício da técnica para escrever ficção.

O caminho a ser trilhado pelos aspirantes é simples, mas não é fácil – buscar informações. Aquisição de livros sobre técnicas de ficção de autores consagrados, matrícula em oficinas literárias (quando possível), pesquisas na internet e, o mais importante: ler e escrever muito. Desse modo você se tornará um escritor.

Quando falamos “alcançar a glória” com seu texto (livro, e-book) de ficção significa que você se tornou conhecido pela mídia e seu livro vendeu mais de 10 mil cópias, tornando-se assim um best sellers. Nesse quesito são muitos os ditames de mercado e da sorte. Observe um exemplo pessoal.

Meu desejo, desde o início, foi ver meus livros editados e comercializados por uma editora tradicional. Tão logo terminava um livro registrava na Biblioteca Nacional. Dez dias depois escolhia entre quatro a seis editoras com a linha editorial adequada ao livro e enviava um exemplar a cada uma delas.

As respostas variavam de um simples: “não estamos interessados blá, blá, blá!” a uma resposta mais elaborada: “gostaríamos de publicá-lo e mantê-lo em nosso catálogo de publicações. Ocorre que estamos com toda a programação para os próximos 12 meses já fechada e em andamento. Em vista de nosso interesse em seu livro, poderemos desenvolver uma equipe extra para sua editoração e publicação, tornando possível, sua publicação antes deste prazo. A tiragem inicial será de 2.000 exemplares e o Senhor adquirirá 1.000, quanto à outra metade a editora comercializará nos seus canais habituais e lhe pagará 10% de direitos autorais”.

Diante desse “balaio” de respostas pensei muito: Por que não eliminar os intermediários e a demora em receber os 10% dos direitos autorais e colocar os livros na internet? Foi o que fiz. A internet é o meio mais democrático que existe no planeta, então criei esse Blog e hospedei os e-books aqui, um canal para trocar ideias com os leitores também.

Isso evidencia o quanto é difícil publicar no Brasil, e ser publicado é condição necessária para se “alcançar a glória”. O investimento pesado das editoras recai sobre a produção de autores estrangeiros, porque o princípio que norteia eles é: “se fez sucesso lá fora, fará aqui também”. Talvez isso se justifique porque o Brasil tem poucos leitores, e o incentivo à leitura do governo parece não surtir o efeito esperado. Portanto, parece mais viável investir em quem já fez sucesso lá fora.

O fato das editoras tradicionais não correrem o risco e investirem pouco em escritores nacionais tem facilitado a migração desses para o meio virtual, especialmente para a AMAZON e o GOOGLE PLAY. Outra dificuldade para o autor estreante é que muitas editoras de pequeno e médio porte tem sido compradas por grandes grupos econômicos estrangeiros. Assim, acredito ter feito a escolha certa.

A tecnologia veio para ficar e para ajudar o aspirante a escritor. Você pode usar um simples bloco de notas ou caderno para suas anotações, recomendo que use um Smartphone porque pode usá-lo a qualquer momento, em especial para não perder alguma ideia que surgir. Caso o seu gosto seja mais arrojado um bom computador – não precisa ser um top de linha nem um ultrapassado. Que seja uma boa máquina: veloz, de tela grande e conexão com a internet. Durante o processo de criação da sua história você poderá fazer consultas em seus arquivos e na internet e, simultaneamente, ouvir música clássica barroca e New Age enquanto escreve. Mas cada um com suas idiossincrasias (manias), gosto de escrever a mão em caderno brochura capa dura com uma caneta Sheaffer, por causa do traço forte de tinta saindo da pena sem o mínimo esforço. Depois disso passo tudo para o computador.

Sozinho o computador não faz nada. Antivírus é fundamental, caso contrário poderá perder todo o trabalho realizado. Um bom processador de texto também, utilize o Microsoft Office Word 2010, escreva sem medo e com rapidez, não corrija seu trabalho, mais tarde o corretor ortográfico e gramatical embutido nele eliminará os erros mais gritantes antes da 1ª, 2ª, 3ª... revisões manuais. Nada limita mais a criatividade do escritor do que ficar pensando em ortografia e na gramática da língua. Além disso, você vai precisar de um dicionário eletrônico de português e outro de sinônimos minimizados na barra de tarefas pronto para disparar na menor dúvida.

São muitas as facilidades: escrever ouvindo música, consultar na internet listas de nomes, mapas de cidades, endereços, geografia, estatísticas populacionais, cultura regionais e nacionais, a fauna, a flora, o folclore, o modus vivendi de determinada região, a culinária, as festas religiosas, etc. Mas isso são apenas ferramentas, não transformam ninguém em escritor, precisa daquela “pecinha” sentada na frente do computador, ampliando a criatividade, avaliando a angústia, suando e sofrendo muito – você! Às vezes, dá certo, noutras o problema é de BIOS – Bicho Ignorante Operando o Sistema, porque todos nós, ocasionalmente, temos problemas de BIOS.

Por fim, vale a dica: Sim! É possível se tornar um escritor de ficção, desde que você se empenhe em melhorar continuamente seu aprendizado e seu texto. Uma questão válida para qualquer profissão.

Acompanhe essa série de Artigos sobre Técnicas de Ficção na OFICINA.

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