Definindo o que é Literatura e Romance - Yan Klovinsk

Definindo o que é Literatura e Romance

Definindo o que é Literatura e Romance

A crescente quantidade de blogs existentes na internet e os milhares criados diariamente revelaram o número de pessoas que gostam de escrever e querem ser lidos é maior do que se imaginava. Um blog é a versão eletrônica do diário – aquele caderno onde anotávamos 

em segredo, tudo o que pensávamos e acontecia conosco.

Os blogs avançaram para preencher a necessidade de compartilhar essas experiências e tornar público o que antes era privado. Assim, compartilhamos desde uma simples receita de bolo, o aniversário do filho, o casamento até os fundamentos de uma tese de doutorado.

Um tema sempre recorrente é o que é literatura? Para que serve e por que escrevemos? Não é tarefa fácil definirmos aquilo que nos encanta, emociona e transforma e, nos faz viver além do tempo e do espaço, mas não passa de uma ilusão da realidade criada na nossa mente através do texto que captura nossa atenção com palavras evocando estados emocionais e sentimentais dos mais diversos.

Segundo Afrânio Coutinho "A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio".

O fenômeno da literatura como atividade artística – contar uma história – sempre enriqueceu a vida dos leitores e daqueles que as criam – as escrevem. Seja por mero entretenimento ou como fonte de conhecimento e reflexão sobre os valores e ideias vigentes, ela é um constante questionar sobre a vida, pessoal e coletiva. Por que cada história carrega em seu âmago uma visão específica da realidade e nos faz pensar quais seriam as implicações no mundo concreto se tais personagens e ações existissem?

A literatura produz um duplo efeito sobre o indivíduo, colocando-o frente a frente a dois mundos possíveis. De um lado a realidade, o mundo concreto em que nos relacionamos com as pessoas, às coisas e, de onde nasce a experiência. Do outro, o mundo abstrato da linguagem simbólica carregada de significados projetando-nos além das fronteiras da realidade e, também, gerando experiência. Vale lembrar que a escrita é pura abstração, damos nomes as coisas e as pessoas, mas esses nomes não são as coisas e pessoas em si, apenas as representam.

Sartre diz que existe um motivo fundamental que leva o autor a escrever: nossa realidade é limitada, no tocante de que experimentamos uma insuficiência diante dela, porque ela não depende de nossa existência para continuar existindo. Desejamos participar ativamente do mundo real, mas ele nos escapa, não temos controle sobre ele. Entretanto, durante o processo de criação da ficção, o aprendiz de escritor tem controle absoluto sobre a história que está contando. Ele pode manipulá-la a ponto de brincar de Deus e, assim, participar dela em sua plenitude. Outro que corrobora essa tese é Fernando Pessoa: Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida.

Quando escreve o escritor revela o mundo e, os homens aos homens, porque segundo descrito por Sartre é uma ação de desnudamento – revelar os segredos do coração. Assim, a dificuldade de vencer a página em branco e os bloqueios de criatividade não é derivada da falta de palavras ou do que dizer, mas pelo medo de revelar-se a si mesmo e aos outros.

Aquele que escreve tem a consciência de revelar as coisas, os acontecimentos, o mundo e de reafirmar a vida, transferindo para a obra certa medida de realidade em que o narrado assume novas significações – representações mentais. O escritor pode detectar a realidade em todas as suas nuanças, mas não pode produzi-la. Porque a realidade continuará existindo mesmo sem a sua presença. A literatura constrói um mundo ficcional paralelo, mas sempre terá como ponto de partida e de chegada a realidade. 

Para os pragmáticos de espírito a literatura não tem uma função eminentemente prática – Para que ela serve, afinal? Ora, entre os vários aspectos da literatura está o fato psicológico inevitável de nos inquietar e deixar-se influenciar por ela. Portanto, pode modificar o modo como o leitor vê e valoriza o mundo a sua volta, porque nunca saímos do mesmo modo que entramos nessa viagem chamada literatura.

Segundo o dicionario Houaiss, romance é prosa, mais ou menos longa, na qual se narram fatos imaginários, às vezes inspirados em histórias reais, cujo centro de interesse pode estar no relato de aventuras, no estudo de costumes ou tipos psicológicos, na crítica social, etc.

O romance é gênero literário de ficção narrativa que se distingue da novela pela maior atenção dispensada às várias categorias e elementos que nele ocorrem: espaço, tempo, ação, personagens, enredo, narração (narrador) e ponto de vista do narrador, etc. Desta forma, no romance são mais elaboradas e detalhadas questões como a análise psicológica das personagens, as relações estabelecidas entre estas e entre estas e o mundo. Ele é um gênero de origem popular.

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