Como Conhecer as Pessoas no Trânsito? - Yan Klovinsk

Como Conhecer as Pessoas no Trânsito?

Como Conhecer as Pessoas no Trânsito?

É consenso que o trânsito nas grandes cidades é caótico. Há mais carros do que estradas, gargalos que se multiplicam e emperram o deslocamento dos veículos – o fluir de Heráclito. Aqui na capital do País é notório observar que a soma da largura das calçadas é superior 

à largura da estrada. Mas não pense que é para facilitar a vida do pedestre, pois este tem de usar, também, a estrada.

Porque as calçadas não acompanham o nivelamento das ruas e sim das casas, formando degraus, às vezes, com mais de 50 cm de altura para infelicidade dos cadeirantes. Coisas desse tipo polvilham por aqui.

Além desses problemas, onde a incompetência do poder público grassa, existe muita imprudência e irresponsabilidade por parte dos motoristas – “o homem é lobo do próprio homem” de Thomas Hobbes. Não queremos aqui generalizar, pois que o fato não se aplica, felizmente, a todos.

Como o carro é uma extensão do corpo humano há que refletir o comportamento do motorista e, como o comportamento nada mais é do que reflexo do pensamento, você acaba por conhecer as pessoas apenas pelo seu modo de dirigir. Comecemos, então, a conhecer a tipologia problemática desses motoristas.

O primeiro deles, o mais comum, é o motorista “apressado”. Este indivíduo deixa tudo para depois. Ao invés de sair mais cedo de casa, sai vinte minutos depois e ziguezagueia pela pista para ganhar posições e chegar ao trabalho a tempo. Não marque qualquer compromisso com esse tipo, ele vai se atrasar.

O “Cego” é um tipo que está dirigindo, entretanto, sua mente está em outro lugar. Basta verificar o olhar perdido no horizonte. Ele deve estar planejando uma viagem de férias para o final de ano ou coisa do gênero. Ele costuma ficar a direita da pista até que, por milagre, sai do transe hipnótico e descobre que tem que virar a esquerda, e lá está ele com o bracinho de fora pedindo passagem. Cuidado! Ele pode virar de súbito sem sinalizar.

O “cansado” é o motorista que trabalha muito, tem insônia e se encontra esgotado. Ele não consegue manter o veículo na sua pista e dirige quase que por instinto. Sua presença é revelada pelo modo como o veículo se comporta na pista, parece querer sair da pista, mas não sai, parece diminuir a velocidade e em seguida aumenta. É uma espécie de labirintite veicular. Fique atento! Ultrapasse assim que puder ou o deixe seguir o caminho do céu.

O motorista “culto”, geralmente, está com o jornal aberto sobre o volante. Ele é muito ocupado e não tem tempo para se informar, ignora por completo que é mais seguro ler o jornal sentado na privada. Se você emparelhar o seu carro com o dele, pode pedir informação que ele lhe fará um resumo do dia. E a estrada? Esse tipo não precisa dos olhos para acompanhar o trânsito, porque ele tem o terceiro olho localizado sobre o acento.

O “atrevido” é o motorista que se julga melhor que os outros, acreditando que a estrada pertence a ele e, que os outros estão ali para atrapalhá-lo. Ainda mais se ele está com um “carrão” comprado em 82 prestações elastificada por conta da redução de IPI. É um tipo perigoso. Se você está numa via a 80 km/h ele se coloca atrás de você buzinado intermitentemente porque ele quer correr a 100 ou 120 km/h ou mis. É um corredor de fórmula 1 sobre estrada esburacada, cheias de faixas de pedestres, pardais, semáforos e quebra-molas. Cuidado! Ele pode baixar o vidro do carro, estender o braço para fora, cerrar o punho e erguer o dedo médio. E você poderá acreditar que aquele gesto é uma solicitação de exame de próstata.

O “surdo” é o motorista que você o percebe muito antes dele se aproximar. A música, geralmente, um “pancadão” chato e repetitivo chega primeiro aos seus ouvidos. E não basta fechar os vidros quando ele emparelhar ao seu carro, pois o ruído (música) é amplificado por dezenas de autofalantes. Entenda que ele está lhe dizendo: Eu estou aqui! Eu cheguei! Um equivalente musical para “Eu sou a mosca que pousou na sua sopa...”.

O pior de todos os tipos e o mais perigoso que podemos encontrar é o “revoltado”. O melhor é não o encontrar nas estradas. Eles saem de casa ou do trabalho com a cabeça cheia de problemas, como contas a pagar, o cônjuge que sempre o critica, o filho que pode estar envolvido com drogas, o cachorro do vizinho que latiu a noite inteira e o latido ficou preso na cabeça, alguém da família se encontra doente, etc. As situações são as mais variadas possíveis. Fica claro que a mensagem que este indivíduo pode passar é a de revolta contra o mundo, basta verificar sua expressão fisionômica e, se algum motorista mudar de pista e se posicionar a sua frente, ele pode acreditar que aquilo é uma agressão. Desse modo, esse condutor pode querer revidar de alguma forma, pois o estado de espírito se reflete no modo de dirigir. Cuidado, mantenha distância! Porque o carro dele pode se transformar numa arma.

O motorista que mais sofre no trânsito é aquele que pratica a “direção defensiva”. Ele chega a abrir espaço de mais de um carro entre ele e o da frente como uma medida de segurança e, eis que surge alguém fugido do zoológico e ocupa aquela vaga de segurança.

A irresponsabilidade dos motoristas multiplica-se nos grandes centros e sabemos que isso se deve a impunidade. É preciso policiamento ostensivo para aplicar a lei e educar esses com multas pesadas e a apreensão do veículo.

Todo o cuidado no trânsito ainda é pouco e, aqui na capital do País existem alguns agravantes: falta estacionamento, há poucas estradas, de modo que nos horários de “pico” os carros trafegam como vagões de trem e, a faixa branca tracejada no asfalto é pista de motocicletas. Em 2010 ocorreu mais de 10 mil mortes por motocicletas no Brasil, isso sem falar em mutilações, amputações, ossos quebrados, etc.

A física no proporciona uma lição: “dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo”. Entretanto, alguns gênios motoristas acreditam que podem quebrar essa lei da física.

Enfim, mais importante que sair de casa de carro é voltar para ela.

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