Você gosta de música? - Yan Klovinsk

Você gosta de música?

Você gosta de música?

Todos gostam de música, é a regra. Ela pode dar ritmo ao pensamento, relaxar, alegrar, relembrar um namorado (a) ou uma determinada situação. Isso é válido para as músicas que você gosta. Entretanto, existem músicas e ritmos que nos aborrecem por não pertencerem 

ao nosso repertório de preferências, somado ao excesso de decibéis permitidos pela legislação.

O problema nasce quando pensamos que aquilo que gostamos é também do agrado alheio, e isso dificulta o convívio social.

Imagine! Você está em casa na tarde de um domingo tranquilo assistindo um DVD que acabara de comprar – porque assistir a programação de alguns canais da TV aberta pode emburrecer o telespectador – e, o vizinho liga o aparelho de som no volume máximo para o mundo ouvir.

Pronto! Está criado o caos na sua cabeça. Você ouve a musica irritante (não o tipo de música que gosta) do vizinho, e não consegue ouvir o filme ou documentário, por exemplo, que estava assistindo com a família. Para compensar essa interferência alienígena (ou daquele em que a pele não gruda) você aumenta o volume da TV, mas cria outro problema, pois duas situações distintas disputam a atenção do seu cérebro.

Nem a lei do silêncio resolve esse problema, porque ela só teria efeitos legais entre as 22 e 7 horas do dia seguinte. O que fazer? O diálogo parece ser a melhor solução. Todavia, bater na porta do vizinho e pedir gentilmente ao bucéfalo que diminua o volume pode ser um procedimento desastroso e dar uma tremenda dor de cabeça, indo de uma simples inimizade até parar na delegacia de polícia. Diante dessa possibilidade em mente você desliga a TV e aguarda um momento oportuno para se entreter com o que estava assistindo.

Há casos de violação da lei do silêncio que também podem dar dor de cabeça ao denunciante.

Numa madrugada silenciosa acordei de súbito com um estrondo continuo em frente a minha casa. Coloquei-me de pé e fui averiguar o que acontecia. Com as luzes apagadas olhei através da fresta da janela e vi o carro estacionado sobre a calçada com cinco jovens iluminados por quatro lâmpadas azuis de neon.

Eles gesticulavam uns para os outros e moviam os lábios. Presumi que estavam conversando. Entretanto, a única coisa que saía do veículo era o som repetitivo e ensurdecedor originado dos alto-falantes multicoloridos de vários tamanhos.

A letra lembrava alguns músicos que compõem esse estilo musical de repetir a mesma palavra ou frase até cansar – são os poetas de uma palavra só. É uma benção para eles existirem as vogais.

Então, diante do quadro que se formava a minha frente, não tive dúvidas. Peguei o telefone e acionei a polícia, mas pedi ao atendente que considerasse minha ligação como anônima.

Para minha surpresa, cinco minutos depois, o carro da polícia parou atrás do veículo abusado. Eu observava os jovens iluminados por neon incógnito na escuridão da sala, mas atento como uma coruja (não falava nada, mas prestava muita atenção).

Os policiais saíram da viatura e a música parou de imediato. Um dos policiais se aproximou da porta do motorista e houve alguma conversa que não pude ouvir, pois a música ainda tocava na minha cabeça. Quando pensei em voltar para a cama, o dito policial apontou o dedo acusador para minha residência. Isso destruiu meu anonimato e, quem sabe, minha segurança futura. Fiquei ali escondido até que finalmente todos foram embora.

A lei do silêncio é das mais conhecidas, no entanto, das mais desrespeitadas. Além dela, existe o Decreto Lei nº 3.688/1941 (Lei de Contravenções Penais) Art. 42 e o Código Civil (Lei 10.406/2002) Arts. 1277 a 1279 que tratam do tema.

Vivemos envoltos em ruídos de todos os tipos e variações de decibeis que nos incomodam, não há como evitar o preço do progresso. Você compra uma casa num bairro tranquilo e alguém resolve abrir um bar ou uma boate em frente a sua moradia e, o sossego vai para o espaço.

É evidente que o descumprimento de dispositivos legais tem como causa a impunidade. Entretanto, o problema subjacente é não saber que o direito de um termina onde começa o do outro. Como resolver isso? Só através da Educação em seu sentido mais amplo – começa em casa e vai à escola.

Se você gosta de música, então, escute por você e não pelos outros.

O que você pensa sobre o tema? Deixe um comentário logo abaixo ou sugira um artigo, precisamos de ambos para continuar melhorando o blog.

Esperamos sua visita em breve. Obrigado pela Companhia e, compartilhe com os seus Amigos!


3 comentários:

  1. Muito interessante! Na verdade até para se usar "bom senso" é necessário dispor de uma boa educação. O conhecimento da legislação, por si só já amplia o ponto de vista e potencializa a ação de buscar harmonia e bom convívio na sociedade... Ouvi dizer que existe uma Lei, talvez seja esta citada, que em qualquer horário ou local de perímetro urbano, o som utilizado pela vizinhança não pode ultrapassar 60 ou 80 Decibéis. O que pode ocasionar até problemas de saúde se exposto a longo prazo a estes ruídos.

    ResponderExcluir
  2. Bacana ! Por isso digo sempre : educação vem de casa

    ResponderExcluir
  3. Olá Joice Tavares. Obrigado por este comentário e pelos outros também. Caso desejar sugira algum tema para um novo artigo, ele será bem-vindo. No mais espero que volte outras vezes aqui.
    Forte Abraço e Sucesso!

    ResponderExcluir