A Difícil Arte de Escrever Ficção de Modo Fácil - Yan Klovinsk

A Difícil Arte de Escrever Ficção de Modo Fácil

escrevendo com caneta tinteiro

O presente artigo está endereçado a todos aqueles que gostam de escrever, não se trata tão somente de escrever artigos para o blog e redações de vestibular ou ainda uma tese de doutorado. Trata-se de escrever histórias para encantar, surpreender, motivar e 

conscientizar o leitor. Sim, histórias de ficção – a mais nobre e difícil das artes.

A mais nobre porque é um ato de desprendimento do escritor – é um se “deixar revelar” nas entrelinhas do texto, insinuando-se a todo instante seja conscientemente ou inconscientemente. Não há como evitar a expressão: eu estou aqui com minha experiência de vida e tenho algo a lhe contar, siga-me!

Nobre porque alcança multidões com uma linguagem simples e acessível ao grande público – leitor comum em contraposição a determinados grupos eruditos. São histórias atemporais, mesmo que a trama se desenvolva em uma época distante, os problemas nela apresentadas tem relação comum com nossos problemas atuais. Imergimos na história como um submarino na água.

Por mais elaborada que sejam as metáforas utilizadas, elas passam o seu recado, a mensagem, o sentido. Seja o sentido imediato ou de fundo. Mas não é só isso. Vemos o encadeamento das palavras sobre o papel formando frases e degustamos seu sabor, ouvimo-las ecoarem nas nossas cabeças, sentimos se afastarem e se aproximarem de nós até que elas nos abraçam revelando um mundo desconhecido ou criando o novo. E, após a leitura de um texto, que nos encanta de alguma forma, não somos mais os mesmos. Somos outra pessoa.

É difícil porque é um ato de entrega daquele que escreve. Não se controla o processo de criação. Temos que deixar o texto fluir através de nós. Inicialmente algum planejamento é sempre preferível ou necessário para não se perder o rumo da história – onde e como começa, que direção tomar e como termina? Entretanto, isso é apenas uma medida de segurança, porque quando você se entregar ao seu texto – sua história – novas ideias irão surgir, exigindo-lhe replanejamento contínuo até terminar o texto. Reescrever a história é um processo cansativo e doloroso, mas proporcionalmente recompensado no final.

Aprendemos a escrever melhor com a prática constante, escrevendo e escrevendo. Isso é trabalho árduo. Pode acreditar!

Outra dificuldade é que somos condicionados a corrigir o inacabado. Deixar a gramática e ortografia de lado enquanto se escreve é outro tormento, assim paramos repetidas vezes para corrigir uma palavra aqui outra acolá, mudar uma frase, um parágrafo, etc. Isso simplesmente bloqueia o processo criativo e, aquela ideia que começava a se revelar em sua cabeça enquanto escrevia foi embora, talvez para nunca mais voltar. Quando estiver escrevendo, apenas escreva, não se preocupe com mais nada – menos significa mais.

Os bons escritores conseguem, após corrigirem seus textos repetidas vezes, dizer mais escrevendo menos. Enxugam o máximo que podem, cuidando das palavras e frases e a devida coerência logica, para que o leitor entenda a mensagem, lendo-a de modo simples e prazeroso como se estivesse lambendo um sorvete – menos significa mais.

Quando o texto estiver pronto e corrigido o escritor precisará de muita coragem e trabalho para eliminar o desnecessário, tudo aquilo que é supérfluo – não contribui para manter a força narrativa. Por quê? Porque ler cansa. Cansa porque envolve esforço, tempo e concentração.

Uma prosa clara, coerente e simples não é suficiente para prender a atenção do leitor para fazê-lo virar a página do texto-história. É necessário que o texto surpreenda-o de tempos em tempos, que o emocione, que o questione. Mais do que isso, queremos que ele se comprometa com ela. Assim fazemos um convite para ele participar.

Tudo isso embalado em Português Culto, salvo se tratar de diálogos dos personagens que falam incorretamente ou para obter um efeito humorístico ou irônico. Exemplo:

— Tu és uma menina muito linda! – disse o jovem com um sorriso maroto
— Ah se assim “sêsse”! – disse ela no seu melhor português.
— O que foi? – inqueriu o jovem depois de ver a donzela dar um tapa no próprio pescoço.
— “Periglongo”. – disse ela.
— Quê? – disse ele surpreso.
— “Periglongo”. Daqueles que “avua” e chupa sangue. – disse ela de modo erudito.

Parece muita coisa para se levar em conta quando se escreve um texto ficcional. Não parece, é! Todavia, isso não é apreendido num só golpe, leva tempo, dedicação e muita paciência. Escrever bem é um ofício! E como tal, precisa de muita prática, muita leitura e muita caradura para escrever o que precisa para expressar suas ideias.

Falando em muita leitura, sugiro que dê uma olhada na lista de livros sobre técnicas de Ficção.

O que você pensa sobre o tema? Deixe um comentário logo abaixo ou sugira um artigo, precisamos de ambos para continuar melhorando o blog.

Esperamos sua visita em breve. Obrigado pela Companhia e, compartilhe com os seus Amigos!


4 comentários:

  1. Olá Mayane Morais! Pode apostar "deixar o texto fluir através de nós" através da escrita é uma das coisas mais difíceis de se fazer. É um ato de total desprendimento.
    Forte abraço!

    ResponderExcluir
  2. Concordo com tal opiniao,trata de um descaso com a populacao,sim e vivenciado todos os dias,cada dia mais corrupto um país que certamente o que falta è o interesse dos governantes em aderir tais melhoras tanto no transporte saúde educação.
    Se não tem organização e se não temos um pais digno não e de tanto interesse pra estes pois no baixo nivel de escolaridade facilmente manipular as pessoas.agora sobre a questão do dinheiro público deveria ser utilizado de forma responsável e não com tanta irregularidade.
    Asas:Jessica Vieira

    ResponderExcluir
  3. Olá Jessica Vieira. Obrigado pelo comentário. Você comentou em outro tópico. Aproveite e leia outro artigo na área de Gestão de RH e deixe um comentário.
    Forte abraço e Sucesso!

    ResponderExcluir
  4. Bom na minha opiniao área pública tem sido colocada em xeque pela sociedade com relação às respostas que lhes são exigidas. O cidadão cobra excelência nos serviços oferecidos, exercendo seu direito de cobrar presteza no atendimento aos anseios sociais e no cumprimento da missão das instituições. Além disso, as organizações públicas não puderam crescer em tamanho o suficiente para acompanhar o ritmo do crescimento populacional do país. O incremento da demanda tanto qualitativa quanto quantitativamente no setor público é fato inegável.
    Muitas organizações públicas, ao se depararem com a dificuldade de mobilizar seus esforços, estrategicamente uma organização pública significa, nos dias de hoje, a possibilidade mais tangível, e talvez a única, de atingir os objetivos institucionais pretendidos.
    Bianca Cavalcante

    ResponderExcluir