Florianópolis – SC – Ilha da Magia 4ª parte - Yan Klovinsk

Florianópolis – SC – Ilha da Magia 4ª parte

Florianópolis – SC – Ilha da Magia 4ª parte

Hoje finalizamos a série de artigos sobre a cidade de Florianópolis – SC. Esperamos que tenha gostado, pois é um lugar muito bonito e tranquilo para se visitar com a família. Florianópolis é dotada de fortes traços da Cultura Açoriana e alguma influência espanhola, observado nas 

Edificações, Artesanatos, Culinária e no Folclore.

As principais manifestações folclóricas mais praticadas pelos florianopolitanos destacam-se as "Brincadeiras de Boi" que são divididas em quatro:

A DANÇA DO BOI DE MAMÃO

É a brincadeira mais apreciada da região. São muitos personagens envolvidos na representação dessa dança: a Cabra, a Bernúncia, a Maricota, o Cachorro, o Cavalinho, o Urso branco, o Urso preto, o Marimbondo, o Macaco, o Jaraguá, o Vaqueiro Mateus, o Anão e o Doutor. O grupo é liderado pelo "Chamador", formando uma cantoria acompanhada de Sanfona e Percussão. A dança e a coreografia são diversas, pois cada personagem da dança tem melodia e ritmo próprio, que o diferencia dos demais. É parecido com o "bumba meu boi! do nordeste brasileiro, com diferenças na alegria, improvisação e descontração. 

O BOI DE CAMPO

Nessa brincadeira o boi bravo é solto nas ruas de algum bairro e a população que o acompanha se transforma em "toureiros", demonstrando suas habilidades frente o animal. Quando o boi está cansado, sua agressividade diminui, ele é substituído por outro para dar continuidade à brincadeira. No fim do dia o boi é morto e sua carne é distribuída entre aqueles que se cotizaram para comprá-la no início da brincadeira. Essa manifestação é praticada atualmente em Portugal, Açores e Espanha, mas em Santa Catarina é prática proibida.

O BOI NA VARA

Parecido com o boi de campo, mas nessa brincadeira o boi é preso por uma corda ao pescoço e a outra extremidade da corda amarra-se na ponta superior de um vara de bambu. O boi se movimenta de acordo com a flexibilidade do bambu e os "toureiros" se aproximam o máximo que podem. É também prática proibida pelas autoridades policiais.

A FARRA DO BOI

Também parecido com o boi de campo, é uma manifestação que ocorria em quase todo litoral Catarinense no período da quaresma. O boi é posto em liberdade e perseguido nas ruas e no mato. É prática considerada crime pela lei federal nº 9.605 de fevereiro de 1998.

DANÇA DO PAU DE FITAS

Essa dança tem sua origem na península Ibérica (Espanha e Portugal). É uma dança de roda em torno de um mastro de madeira onde estão presas, no topo, muitas fitas coloridas. Cada participante pega uma fita e enquanto dançam, no ritmo da música, as fitas vão se trançando e destrançando no mastro, formando diferentes desenhos coloridos.

A CANTORIA DO DIVINO

Na Ilha de Santa Catarina, principal concentração dos colonizadores é realizada mais de uma dezena delas durante o período que segue cinquenta dias depois da Páscoa, culminando no domingo de Pentecostes – quando se celebra a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos.

As maiores delas são as da Armação de Santa Ana do Pântano do Sul, Cachoeira do Rio Tavares, Campeche, Canasvieiras, Estreito (no continente), Lagoa da Conceição, Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão (Ribeirão da Ilha), São João do Rio Vermelho, Pântano do Sul e da Capela da Irmandade do Divino Espírito Santo, na região central (capela da Irmandade do Divino Espírito Santo), sendo a mais antiga, há 227 anos.

MITO E MAGIA

O Fantástico em Florianópolis é um capítulo a parte. Não podemos esquecer o legado de Franklin Joaquim Cascaes, que ao longo de trinta anos de trabalho pesquisou e entrevistou antigos moradores da ilha, reunindo grande quantidade de informações sobre o folclore local.


ARTESANATO:

A RENDA DE BILRO

A renda de bilro surgiu na Itália, chegou a Portugal e ao Arquipélago de Açores e depois no litoral de Santa Catarina. A Lagoa da Conceição possui a maior concentração de rendeiras de Bilros em Florianópolis. O que diferencia a renda de bilro das outras modalidades de bordados é que os pontos são feitos "no ar" sem ajuda de tecido como base. Esta técnica de rendar é ensinada de mãe para filha e apresenta pontos belos como Tramóia, Perna Cheia, Margarida, Pano, Meio Ponto entre outros. Este tipo de artesanato surgiu no século XV na Itália, seguiu para a França e depois se tornou costumeiro em Portugal. Como o Brasil possui colonização portuguesa, esta tradição entrou de vez em nossos costumes!

A CERÂMICA

O turista pode conferir a riqueza do artesanato, como a cerâmica rústica. Esta atividade é bastante desenvolvida na Ilha de Florianópolis e ganha a simpatia dos visitantes com as moringas, potes, panelas, jarros, vasos e outros produtos de uso doméstico. Um pouco mais raras do que estas peças de cerâmica, as miniaturas não ficam atrás nas belezas artesanais. Algumas, inclusive, costumam utilizar conchas em lindas esculturas simbolizando a Dança do Boi de Mamão, o Pau de Fitas, entre outras.

GASTRONOMIA

Além da natureza exuberante, a cidade herdou interessantes construções coloniais de seus imigrantes açorianos, que chegaram em 1748, e uma culinária de dar água na boca.

Os pratos mais procurados são à base de frutos do mar, como as sequências de camarão, o camarão ao bafo e as ostras. Não é para menos: Florianópolis é o maior produtor nacional no cultivo de ostras e tem como uma de suas principais fontes de renda a pesca.

O FALAR ILHÉU

"O ilhéu tem velocidade lusitana de flexão capaz de pronunciar cinquenta palavras razoavelmente longas por minuto: tem o som cantado português que sonoriza melodiosamente com o vocábulo como no Minho, no Douro, Trás-os-Montes e, de modo particular, nos Açores. O nativo ilhéu ainda usa, em pleno curso, e com significado original, palavras lusitanas do século dezesseis, que podem, aos de fora, parecer estranhas e inusitadas: é, inegavelmente, o purismo popular..."

(A. Seixas Neto, "O falar ilhéu na ilha de Santa Catarina", in "Folclore Brasileiro" de Doralécio Soares, edição MEC/FUNARTE, 1979, p. 13.)

"- A linguagem desses habitantes das costas ocupados só na pesca e vivendo dela, tem um tipo especial que me impressionou logo ao ouvi-los. Descritiva em geral, ela recebeu o rápido esboçar dos quadros das súbitas tempestades; o morno embater das vagas sonolentas na praia deu-lhes um tal ou qual cadência nas palavras, e o hábito desse silêncio prolongado da pescaria tornou esses homens algum tanto pensativos”.(De "A MASSAMBU", romance de Duarte Paranhos Schutel, escrito em 1861, edição UFSC/Movimento – 1988).

Artigos da série:

Florianópolis – SC – Ilha da Magia 1ª parte
Florianópolis – SC – Ilha da Magia 2ª parte
Florianópolis – SC – Ilha da Magia 3ª parte

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